“ ...e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto.” Jo
15,2, interessante esse versículo,
eu sempre achava que a parte chata era a poda, mas descobri que na prática me
incomodo mais com a espera dos novos frutos.
No começo de 2015 comprei uma
violeta, pra dar um pouco mais de "vida" lá em casa. Moro sozinha, sempre achei plantas
uma perda de tempo, mas decidi comprar uma pra marcar um novo tempo na minha
vida, um tempo onde eu estava decidida a romper meus limites, fazer coisas que
até então não me achava capaz, tipo cuidar de uma planta. Inicialmente pensei
em comprar um cacto, mas isso seria duvidar demais da minha capacidade, então
comprei uma violeta, linda, simples de cuidar, perfeita pra mim.
Pois bem, no começo tudo eram
flores (literalmente) a violeta estava com flores lindas, eu regava, tirava os
excessos das folhas, sempre nascia mais flores, fiquei super empolgada, durou
seis meses, até o dia que tive que podar as flores que estavam murchando e
ficando feias, era necessário podar para dar novas flores. Depois de podar precisava esperar o tempo oportuno, no começo
normal, faz parte do processo, mas depois fui desgostando e esquecendo a minha
planta porque as flores não vinham.
Um mês atrás olhei aquela planta,
só folhas verdes, estava com a terra seca do vaso, me lembrei do que ela
representava e fiz memória das coisas que aconteceram na minha vida desde que a
comprei. Incrível como minha vida parecia representada ali,
tive várias podas, doloridas nesse tempo, estava á espera dos novos frutos que
não vinham e parecia que nunca viriam, como as flores daquela violeta.
Nesse instante me dei conta que
nunca mais veria violetas e nunca veria frutos em minha vida, se eu ficasse
numa espera parada, se eu não regasse a minha vida de Intimidade, busca concreta
em viver com alegria e plenitude a vontade de Deus. Então percebi que é mais fácil pra eu aceitar a dor da poda, do que viver
a espera dos novos frutos, simplesmente porque não consigo controlar o tempo das coisas,
e nem como acontecerão.
Mas nessa aventura de Ser de Deus, devo somente me abandonar á vontade dEle, aceitar as podas e a espera pelos novos frutos com a mesma disposição,
num amor perene e constante. Afinal de contas “Sou um lápis nas mãos de Deus. É Ele quem me escreve.”¹ e minhas respostas, não podem ser baseadas nas
sensações e sentimentos, mas na fidelidade de quem ama para sempre.
E a minha violeta? Bom, assim
como ela representou lá em 2015 uma nova fase na minha vida, ainda hoje cumpre
sua função, estou a um mês regando periodicamente, cuidei da terra do vasinho,
e acredite, nasceu o primeiro broto da futura violetinha..\0/\0/\0/..
¹ Beata Madre Teresa de Calcutá
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