Pular para o conteúdo principal

Faça valer a esperança de alguém!

Existem pessoas e existem as maquiagens. (HOMENS, não desistam desse texto agora. É um universo feminino, mas o papo não é de "divas").


Nessa semana, eu refleti numa pequena comparação desses dois universos. Nós nos acostumamos a descobrir que algo ou alguém era pura maquiagem. Conhecemos, vemos, ouvimos, botamos fé no que se mostram, damos crédito e... de repente, a máscara cai. A maquiagem escorre e você vê bem o que estava ali por trás.

Tem gente que fica bem sem maquiagem. Tem gente que não. E tem quem nem precise de tanta beleza. Mas quem diz com palavras e não demonstra em atos, é, no mínimo, feio. Acontece. Nos decepcionamos com as pessoas. E, se vivemos várias experiências desse tipo, passamos a nem nos surpreender mais com as decepções. E o pior, passamos a não confiar em mais nenhuma nova pessoa que parece "bonita". Já rotulamos como "mais um" (amigos, amores, tanto faz aqui, ok?!).

Minha máscara de cílios acabou. Fui comprar uma nova. (HOMENS permaneçam).
_ Quero um rímel. Um rímel legal.
_ Máscara de cílios?
 (a vendedora gentilmente me jogou na cara a minha antiguidade. Antigamente, era só essa marca que imperava)

Naquele momento percebi minha desatualização de vocabulário. Não é mais para chamar de “rímel”, é máscara. Para minha comparação de hoje o termo está mais adequado mesmo. Vejam só:
_ Sim, quero máscara de cílios. (me adaptei rapidamente) 
_ À prova d'água ou não?
Eis aqui o cerne da questão!

Naqueles rápidos segundos, lembrei de todas as máscaras de cílios que já tinha comprado na minha vida e que levavam o título de "à prova d'água". Recordei que não houve uma sequer que não tinha, de fato, me frustrado em contato com a água. Quando a gente chora, a máscara derrete e ficamos acabadas. Semelhante aos pandas. Mas o pandas ficam fofos. A gente, não. 

Enfim, voltando à compra. Naquele momento eu disse:
_ À prova d'água.
No meu interior eu já sabia que era só mais uma máscara. Mais uma para me fazer concluir que não se pode confiar no que dizem, já que nunca foram o que realmente aparentavam. Mas resolvi levar assim mesmo. Sabe aquela esperança quase morta dentro da gente? A gente diz que não confia, mas no fundo quer fazer mais uma aposta e ser surpreendida.

Ok! Ok! Passemos ao teste, mergulhado na desconfiança histórica:
Apliquei;
muito bonita;
saí de manhã;
voltei só à noite e...ela estava lá. Ainda bonita.

    Então resolvi não tirar a maquiagem com demaquilante (demaquilantes contêm óleos que fazem a maquiagem sair). Como eu não tinha chorado quis provar com... água. Lavei. Taquei água com gosto. E olhei no espelho. A máscara estava lá. Intacta. Fiel. De confiança. \o/...Nessa hora, pensei em todas as outras farsantes que já passaram pela minha vida e me alegrei por ter deixado o último fiozinho de esperança falar mais alto que o preço mais baixo que eu pagaria na outra. A máscara comum era mais barata. Mas não me daria o que eu de fato queria. Apenas me pouparia de mais uma decepção. Finalmente, eu tinha encontrado uma máscara que valia a pena. Já foram muitas, mas essa me fez deixar para trás todas as outras.

Às vezes, queremos nos proteger de novas decepções, porém, isso nos protege tanto que nos distancia também de todo resto. E vivemos como "mortos". Pálidos. Sem fazer mais nada. Essas máscaras todas somos nós por aí. Algumas leais. Outras não. E é assim. Não desista das pessoas. Não desista de dar chances aos outros e a si. Se a velha máscara te decepcionava, pode ser que tenha uma nova, caprichada, esperando para ser descoberta.
Resultado de imagem para esperança

E, se era você que decepcionava quem te encontrava, se renove. Melhore. Mude e faça a alegria de quem ainda tem coragem de acreditar. Faça valer a esperança de alguém!

Eu preciso dizer que, se não sabe como fazer, comece pedindo a Deus a graça do recomeço. A graça da esperança!


Texto de Angela de Paula

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Coraline e o Mundo Secreto

Quero começar esse post com um aviso, se você não gosta de spoilers, por favor, pare a leitura aqui. Para contextualizar meu pensamento sobre o filme preciso revelar algumas partes dele. Se você decidiu continuar a leitura, vamos ao que interessa. Primeiro uma sinopse do filme: Entediada em sua nova casa, Coroline Jones um dia encontra uma porta secreta. Através dela tem acesso a outra versão de sua própria vida, a qual aparentemente é bem parecida com a que leva. A diferença é que neste outro lado tudo parece ser melhor, inclusive as pessoas com quem convive. Caroline se empolga com a descoberta, mas logo descobre que há algo de errado quando seus pais alternativos tentam aprisioná-la neste novo mundo. Vi essa sinopse e fui ver o filme, ao final cheguei a seguinte conclusão “que filme chato, não me acrescentou nada na vida, 😒”. Perfeitamente normal ninguém é obrigado a gostar de todo filme que assiste. Esse não é um post de como não gostei do filme, mas de como ...

Gordofobia espiritual

Eu fui uma criança gorda que era zuada na escola. Quando descia do ônibus escolar ficavam cantando pra mim "gordurinha, gordurão, vai saindo de montão", embora a musica original fosse sobre malhar e perder gordura, eles usavam isso como trocadilho por eu estar saindo do ônibus. Fora isso tinha os apelidos Janjão, Anaconda, e por ai vai. Vida seguiu continuei gordinha até resolver cuidar melhor da alimentação e começar a praticar atividade física, mas, esse não é um texto sobre superação, ou texto motivacional, nada desse tipo. Comecei contando um pouco da minha história pra dizer que pra mim foi um sofrimento ser gorda, que além de todo estigma social, tem a questão da saúde também. Você pode estar se perguntando, mas o que isso tem a ver com ser de Deus? Pois bem, nessa aventura de ser de Deus de corpo e alma, o Senhor me deu uma inspiração sobre essa questão de peso corporal. Outro dia refletindo sobre a passagem do Evangelho que diz  “Fazei todo esforço possível pa...

Para todos os garotos que já amei

***ALERTA DE SPOILER*** Mais um post sobre filme sim! Dessa vez gostaria de partilhar uma reflexão sobre o filme PARA TODOS OS GAROTOS QUE JÁ AMEI. O filme é uma versão do livro escrito por Jenny Han e conta a história de Lara Jean; uma garota que escreve cartas de amor secretas para todos os paqueras que ela teve, mas nunca as envia. Lara Jean guarda suas cartas numa caixa, segura, escondida, pra que ninguém saiba dos seus sentimentos. Um belo dia, sua irmã mais nova pega as cartas e as envia para todos, mudando completamente a rotina de vida de sua irmã. Esse é um tipo de filme que você assisti quando não quer pensar muito, só relaxar a mente, passar um tempo. Essa era minha ideia ao assistir o filme, no entanto, o mover do Espirito Santo me fez refletir em quantas vezes eu sou uma Lara Jean que esconde os sentimentos por medo de me comprometer, por medo de me ferir, por egoismo em não partilhar minha vida, quem eu sou, com o que há de bom e o que há de ruim também.  ...